segunda-feira, 20 de Junho
NARCISO É isto que sou / Um não /
Um só não
Dimitris Dimitriadis,Obstrução
São pequeníssimos textos – escritos por Dimítris
Dimitriádis, autor imprescindível para nós – a partir de mitos gregos. Mas
aquilo que ele quer não é voltar a falar do passado, é questionar o presente:
quem é agora Narciso? Quem é agora Tântalo? Que desejo (porque é disso que
se trata), se imiscui no meio destas personagens desabrigadas, nuas, tristes?
Um espectáculo experimental com os textos inéditos de Dimítris
Dimitriádis.
Fotografia
© Jorge
Gonçalves
AS ONDAS a partir da tradução de
Francisco Vale / Relógio D’Água Editores do romance As Ondas de Virginia
Woolf Adaptação do texto Ricardo
Braun Criação e
interpretação Alfredo Martins, Anabela Almeida, Duarte
Guimarães, Luís Godinho, Sara Duarte e Tânia Alves Acompanhamento da criação Cláudia
Gaiolas Cenografia Carla
Martinez Figurinos Ainhoa
Vidal Luz Joana
Mário Música e desenho de
som João Bento Produção
executiva Mariana Rolim Design
Luís Cepa Estagiários
Carolina Macieira e Rafael Oliveira Consultoria Alda Correia
e Luísa Flora Produção teatro
meia volta e depois à esquerda quando eu disser Apoio Governo de Portugal – Ministério da
Cultura/Direcção-Geral das Artes, Residências – Quinta Alegre – Lugar de
Cultura e Fábrica Braço de Prata M12
No Teatro
da Politécnica de 22 a 30 de Junho
3ª a Sáb às 21h00
“Começo a esquecer, começo
a duvidar do aqui e do agora. Vi tantas coisas, pronunciei tantas frases. Por
isso pergunto: “Quem sou eu?” Falei de Bernard, de Neville, de Jinny, de Susan,
de Rhoda e Louis. Serei acaso todos eles ao mesmo tempo? Serei um ser distinto
e único? Não sei. Sentamo-nos aqui juntos. Mas Percival morreu e Rhoda morreu.
Dispersamo-nos. Não estamos aqui. Mas apesar disso, não vejo nada que nos
separe. Somos a mesma pessoa. Essas diferenças que nos pareciam tão
importantes, essa identidade a que concedíamos tanta importância, foi superada.
Sim, ainda tenho na fronte o golpe que recebi quando Percival caiu. E na nuca
guardo o beijo que Jinny deu em Louis. Os meus olhos enchem-se com as lágrimas
de Susan. E ao longe, tremulando como um fio de ouro, vejo a coluna que Rhoda
entreviu no deserto. Mas agora tudo terminou.”
Virginia Woolf, As Ondas
Em 2022, a equipa do teatro meia volta propõe-se a adaptar para
cena o romance As Ondas, de Virginia Woolf. Esta proposta dá
continuidade a uma reflexão sobre a passagem do tempo e os processos de
crescimento /envelhecimento, iniciada no espetáculo Joyeux Anniversaire,
criado em 2021, para a comemoração dos 15 anos de existência da estrutura.
Em As Ondas, Virginia Woolf constrói uma delicada partitura que se
movimenta entre seis monólogos interiores. O texto segue os seis
narradores-personagens desde a infância à idade adulta, explorando os processos
de construção e mediação da individualidade e do coletivo. Há ainda uma sétima
personagem que não tem voz, mas é descrita e referenciada pelas outras.
Marguerite Yourcenar, tradutora francesa do romance, descreveu-o assim: “As
Ondas é um livro com seis personagens, ou melhor, seis instrumentos musicais,
pois consiste unicamente em monólogos interiores, cujas curvas se sucedem e
entrecruzam com uma segurança que lembra a Arte da Fuga de Bach. Nesta
narrativa musical, os breves pensamentos de infância, as rápidas reflexões
sobre os momentos de juventude e de confiante camaradagem desempenham o mesmo
papel dos allegri nas sinfonias de Mozart, abrindo espaço para os lentos
andantes dos imensos solilóquios sobre a experiência, a solidão e a maturidade.
Tanto como uma meditação sobre a vida, As Ondas é um
ensaio sobre a solidão. Trata-se de seis crianças, três raparigas, Rhoda, Jinny
e Susan; e de três rapazes, Louis, Neville e Bernard, que vemos crescer,
diferenciar-se e envelhecer. Uma sétima criança, que nunca toma a palavra e que
só conhecemos através das outras, é o centro do livro, ou melhor, o seu
coração.”
Fotografia
© João
Tuna
MAX Daqui por uma hora
este duelo de luta livre, tornar-se-á, tipo, uma cena real.
Kieran Hurley e Gary McNair, Taco a Taco
O recreio é o ringue onde vítimas e bullies se degladiam
diariamente. Agora o combate final! Ouve-se o sino, e começa o
espectáculo!
Uma peça hilariante, sob a forma de um combate de wrestling, sobre
violência e masculinidade e a forma como estes conceitos se inscrevem no
desenvolvimento humano.
Fotografia
© Jorge
Gonçalves