segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Estreamos esta semana RETRATO DE MULHER ÁRABE QUE OLHA O MAR, de Davide Carnevali. Na 4ª 31 de Outubro. E no mesmo dia inauguramos VOLTAR A VER O JOÃO (VIEIRA). Para ver até sábado 8 de Dezembro. E DO ALTO DA PONTE, de Arthur Miller, continua a digressão: em Ponte de Lima a 3 e no Teatro Nacional S. João de 8 a 25 de Novembro. Também a 8 de Novembro, na Casa Fernando Pessoa, EM VOZ ALTA. Manuel Wiborg, Pedro Carraca e João Meireles lêem Alexandre O’Neill.


RETRATO DE MULHER ÁRABE QUE OLHA O MAR de Davide Carnevali Tradução Tereza Bento Com Inês PereiraJoão MeirelesNuno Gonçalo Rodrigues e Margarida Correia Cenografia José Manuel Reis Figurinos Joana Sousa Som André Pires Luz Pedro Domingos Assistente Pedro Baptista Encenação Jorge Silva Melo e com telas de Pedro Chorão M12

No Teatro da Politécnica de 31 de Outubro a 8 de Dezembro
3ª e 4ª às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00 | Sáb. às 16h00 e às 21h00
RESERVAS: 961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h00 às 18h00)

HOMEM É um retrato. De mim e de ti. Fi-lo há uns dias, na praia. Enquanto olhavas o mar.
RAPARIGA Desaparece daqui, estrangeiro, europeu, desaparece.

Davide Carnevali, Retrato de Mulher Árabe Que Olha o Mar

Uma cidade sem nome, num mundo muçulmano não identificado (não é Médio Oriente, a população não é propriamente árabe; Será Norte de África? Não importa), um homem sem nome com uma profissão entre o lícito e o ilícito, europeu mas não turista, encontra o olhar de uma mulher local, jovem, talvez bonita, talvez livre, vinda de uma família de visões amplas.

Fotografia © Jorge Gonçalves

VOLTAR A VER O JOÃO (VIEIRA)
O João pintou todas as letras de que é feita a poesia. Mostrando nos seus quadros que ler pintura é também ver poesia. É assim que volto a vê-lo todos os dias. E por isso, enquanto eu continuar a poder ver, ele continuará a ser o meu melhor amigo.


Hélder Macedo
No Teatro da Politécnica de 31 de Outubro a 8 de Dezembro
3ª a 6ª das 17h00 | Sáb. das 15h00 até ao final do espectáculo
Inauguração no dia 31 de Outubro às 21h00
Entrada Livre

Lembrar João Vieira
As palavras, como a música, processam-se no tempo. A pintura ocupa o espaço. O João Vieira tinha o hábito de cantarolar boleros enquanto pintava. Ou então ouvia Beethoven, num gramofone antigo. As letras das palavras que pintava eram as formas visíveis do silêncio entre o tempo e o espaço. Corpos incorpóreos. Como o mítico unicórnio, que só tem corpo no nome que tem. Ou os deuses pagãos, que são os nomes de todos os corpos. Ou o alfabeto hebraico, que é o indizível nome de Deus que a si próprio se designa em corpos que fossem letras, em letras que fossem corpos, em sons que fossem silêncios num teatro de sombras.
O maior quadro que tenho do João Vieira é a transformação em pintura das palavras que Cesário Verde escreveu para dizer o mesmo na quadra que começa com o verso “Pinto quadros por letras, por sinais….”. Numa visita a Londres, o João ficou a olhar para o quadro como se o não tivesse terminado alguns anos antes. No dia seguinte foi comprar uma bisnaga de tinta branca e um pincel. Comigo a protestar quando começou a separar as cores das palavras com o branco da tinta. Criando entre elas intervalos de silêncio. E depois disse: “Agora já está”. Percebi: sem silêncios entre os sons não há música, sem cortes entre as letras não há palavras, sem ruptura não há continuidade, sem Inverno não há Primavera.
Nestes quadros a lembrar o João Vieira há um que diz palavra e outro que diz música. Há também um que diz teatro. Que é onde as formas dos sons se tornam corpos incorpóreos. Como quando, a culminar uma exposição, o João Vieira queimou publicamente um quadro que passou a ser agora a sua ausência para sempre presente.
 Hélder Macedo



DO ALTO DA PONTE de Arthur Miller Tradução Ana Raquel Fernandes e Rui Pina Coelho Com Américo Silva, Joana BárciaVânia RodriguesAntónio Simão,  Bruno VicenteAndré Loubet, Tiago 
MatiasHugo TouritaGonçalo CarvalhoJoão EstimaHélder BrazInês Pereira, Romeu Vala e Miguel Galamba Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Som André Pires Produção João Meireles Assistência de Encenação Nuno Gonçalo Rodrigues e Inês Pereira Encenação Jorge Silva Melo M12

Em Ponte de Lima, no Teatro Diogo Bernardes a 3 de Novembro

No Porto, no Teatro Nacional São João de 8 a 25 de Novembro



No Teatro Aveirense a 30 de Novembro

Na Póvoa de Varzim, no Cine-Teatro Garret, a 1 de Dezembro
No São Luiz Teatro Municipal de 10 a 27 de Janeiro de 2019
No Teatro Municipal de Almada a 9 e 10 de Fevereiro
Em Setúbal, no Fórum Municipal Luísa Todi a 16 de Fevereiro
Em Faro, no Teatro das Figuras a 1 de Março
Em Viana do Castelo, no Teatro Municipal Sá de Miranda a 16 de Março
Catherine Diz-me uma coisa. Quer dizer, diz-me só isto, Rodolpho - ainda quererias casar comigo se afinal tivéssemos que ir viver para itália? Se tivesse que ser.
Rodolpho Quem está a perguntar. Tu ou ele?

Arthur Miller, Do Alto da Ponte

Um drama passional, um dilema moral, uma tragédia contemporânea? Nos portos de Nova Iorque, entre emigrantes italianos. A suspeição, o ciúme, a delação, a traição numa altura em que arranca a caça às bruxas do MacCarthismo. Que lei é esta que não respeita a lei de cada um? Quem são os vitoriosos, quais os derrotados?  Depois de  visitar com regularidade Harold Pinter (15 peças), Pirandello (2), Bertolt Brecht (3) e Tennessee Williams (4), os Artistas Unidos  que dedicam particular atenção ao que se escreve agora, entregam-se  desta vez ao teatro de Arthur Miller, descobrindo personagens escritos para eles. Traições, contradições, cegueira, leis antigas, leis  e morte, sangue de gente pobre. Em palco, falar-se-á de emigrantes, de escolhas difíceis, dos anos 50, dos dias de hoje.

Fotografias © Jorge Gonçalves


EM VOZ ALTAos nossos poetas
leituras de poesia portuguesa pelos Artistas Unidos
Eu gosto de ler em voz alta, eu gosto de ouvir poesia lida pelos actores com quem trabalho, eu gosto de poesia lida para várias pessoas, eu gosto de leituras de poesia, ver gente, sentir gente à volta das palavras suspensas do poeta.
Na Casa Fernando Pessoa, 8 de Novembro às 18h30
ALEXANDRE O'NEILL 
por Pedro Carraca, João Meireles e Manuel Wiborg

Fotografia © Jorge Gonçalves

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