segunda-feira, 11 de julho de 2016

A INQUIETUDE de Valère Novarina quase a estrear. E haverá a leitura de O JARDIM DO RECONHECIMENTO na 5ª 21 de Julho, pelas 19h00 (entrada livre). E a postos para abrir a temporada 2016-7 com O RIO de Jez Butterworth. E uma exposição de João Jacinto. E vai haver um seminário de verão...


A INQUIETUDE de Valère Novarina Tradução e Encenação Francis Seleck Com Eduardo Breda Cenário Catarina Pé Curto Produção Cena Múltipla - Associação O Mundo do Espectáculo/Artistas Unidos Apoio Câmara Municipal de Almada M14

No Teatro da Politécnica de 20 a 30 de Julho 
3ª, 4ª e Sáb. às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00
Reservas: 961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h00 às 18h00)

Então sentei-me e disse às pedras: A acção é maldita.

Valére Novarina, A Inquietude

Nesta peça autobiográfica, relato de uma vida frenética e estagnante, Novarina contesta logo à partida a possibilidade do drama. A necessidade de agir acaba em desastre. O homem “animal dotado de linguagem” fala às pedras, aos animais, a Deus (o público?). Falar é um drama e o drama está na linguagem. O enfurecimento do verbo toma o lugar da acção dramática, a palavra é ela própria uma acção e verdadeira matéria do homem. Do vazio inicial ao “nada” final, num tempo desfigurado, assistimos a um confronto entre a escrita e o palco, que o actor, “aventureiro interior, desequilibrista, acrobata e trespassador perfeito”, num discurso descontínuo leva aos ouvidores de teatro.

As palavras criadoras de Novarina transformam o real e com elas experimentamos desconhecidas e novas regiões de sentido, novas imagens, a alegria de estar no mundo.

Fotografia © Jorge Gonçalves


O JARDIM DO RECONHECIMENTO de Valère Novarina - Leitura Tradução Ângela Leite Lopes   Com Daniela Rosado, Mariana Gomes e Pedro Matos Direcção Antonio Guedes

No Teatro da Politécnica, 21 de julho às 19h00
                        
Três pessoas num jardim: o Boneco de Terra, A Mulher Seminal e A Voz de Sombra. Não reconhecem nem o espaço nem a nossa língua; submetem-se à imagem humana. Questionam a nossa sexualidade e a nossa separação. Por que somos feitos de tempo e no entanto estrangeiros para Ele?

Esta é a sinopse feita por Novarina para o seu texto. A narrativa é trabalhada de forma a provocar estranhamento e o resultado é ao mesmo tempo uma língua estrangeira e familiar. Lembra um jogo infantil onde os actores experimentam a linguagem  buscando com prazer, não a comunicação, mas uma relação alegre com as palavras e com os sentidos. 

As palavras encadeiam-se, às vezes perseguindo o sentido, às vezes deixando-se levar por um ritmo ou sonoridade. É uma composição na qual importa a experiência de linguagem e não o relato de uma fábula. O resultado é música. Ou, como o próprio Novarina gosta de dizer, “uma onda de palavras”.

Fotografia © Patrícia Falcão Gandra


O RIO de Jez Butterworth Tradução Joana Frazão Com Rúben Gomes, Inês Pereira, Vânia Rodrigues e Maria Jorge Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Assistência Maria Jorge Coordenação Técnica João Chicó Encenação Jorge Silva Melo M14

No Teatro da Politécnica de 14 de Setembro a 22 de Outubro
3ª e 4ª às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00 | Sáb. às 16h00 e às 21h00
Reservas: 961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h00 às 18h00)

E no dia seguinte voltei ao rio, tirei as minhas roupas e mergulhei, procurei os peixes e não os consegui encontrar mas quando voltei à tona estava a segurar alguma coisa. Outra coisa.

Jez Butterworth, O Rio

Um pescador sem nome traz uma mulher sem nome até à sua cabana perto do rio. Ele diz à mulher que a ama e que nunca tinha trazido ninguém àquele lugar. Estranhamente, parece-nos que está a declarar-se a duas mulheres de uma só vez. Será que é com a memória de uma mulher que ele fala? Pode essa memória transformar-se? Numa meditação onírica sobre o amor e a saudade, Jez Butterworth torna visíveis os fantasmas de um passado mutável como o fluxo do rio.

Fotografia © Jorge Gonçalves


NOITE, NOITE MAIS DO QUE HOJE
Exposição de João Jacinto

No Teatro da Politécnica de 14 de Setembro a 22 de Outubro
3ª a 6ª das 17h00 | Sábado das 15h00 até final do espectáculo
Inauguração dia 14 de Setembro pelas 21h00


"Quando a taciturna chegar e decapitar as túlipas", dizia Paul Celan, o poeta que logo procurei ao chegar um dia destes do atelier do João Jacinto e ele me mostrar uma infinidade de papéis (não disse desenhos, não sei se são, o carvão aqui pinta o magma, a noite sem redenção, serão pintura). "Quando a taciturna chegar." E neste poema, ele pergunta: "quem assomará à janela?" Procuro esta poesia para salvar o susto? Redimir o temor? Procuro estes dizeres para arrumar o medo? Para sobreviver ao inverno dos corpos? Na arte (mortuária? espectral?) de João Jacinto, emergem figuras, assombrações, pesadelos, fantasmagorias. Emergem, disse. Mas podia também dizer "afundam-se". E repetem-se, repetem-se, repetem-se, avassaladoras.

Jorge Silva Melo



"eu|tu . oficina criativa” consiste numa oficina coreográfica e musical com apresentação final dirigida por Ângelo Cid Neto (intérprete/coreógrafo) e Rui Faustino (músico/percussionista). 


Os criadores pretendem abrir um espaço de aprendizagem, experimentação e partilha dedicado a participantes com e sem experiência artística. 
O projecto visa o estímulo da criatividade, a aquisição de competências e a experiência de trabalhar num contexto multifacetado com intervenientes de proveniências distintas. Será dada prioridade a jovens estudantes com o duplo objectivo de contribuir para o esbatimento de fronteiras entre escolas e promover o intercâmbio de processo criativo e informação entre participantes.



"eu|tu . oficina criativa” destina-se a todos os interessados que serão divididos em dois grupos, dos 7 aos 14 anos e a partir dos 15 anos. Realiza-se no Teatro da Politécnica (Jardim Botânico) em Lisboa de 22 de Agosto a 2 de Setembro, das 10h às 14h e das 15h às 19h, alternando o horário da manhã e da tarde entre os dois grupos.
No dia 2 de Setembro, às 17h e às 19h, terão lugar as apresentações finais do trabalho desenvolvido sob a orientação de Ângelo Cid Neto e Rui Faustino. 

Local:
Teatro da Politécnica - Rua da Escola Politécnica, 56, Lisboa. 1250-102 Lisboa

Custo: 
. GRUPO A, dos 7 aos 14 anos: 70€ inscrições até 15 Agosto / depois 80€
. GRUPO B, a partir dos 15 anos: 90€ inscrições até 15 de Agosto / depois 100€ 


Mais informações: oficinascriativas@sentidosilimitados.com

segunda-feira, 4 de julho de 2016

E na 4ª, 20, estreamos A INQUIETUDE de Valère Novarina. No Teatro da Politécnica. E ensaiamos O RIO de Jez Butterworth, com estreia em 14 de Setembro.



A INQUIETUDE de Valère Novarina Tradução e Encenação Francis Seleck Com Eduardo Breda Cenário Catarina Pé Curto Produção Cena Múltipla - Associação O Mundo do Espectáculo/Artistas Unidos Apoio Câmara Municipal de Almada M14

No Teatro da Politécnica de 20 a 30 de Julho 
3ª, 4ª e Sáb. às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00
Reservas: 961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h00 às 18h00)
Então sentei-me e disse às pedras: A acção é maldita.

Valére Novarina, A Inquietude

Nesta peça autobiográfica, relato de uma vida frenética e estagnante, Novarina contesta logo à partida a possibilidade do drama. A necessidade de agir acaba em desastre. O homem “animal dotado de linguagem” fala às pedras, aos animais, a Deus (o público?). Falar é um drama e o drama está na linguagem. O enfurecimento do verbo toma o lugar da acção dramática, a palavra é ela própria uma acção e verdadeira matéria do homem. Do vazio inicial ao “nada” final, num tempo desfigurado, assistimos a um confronto entre a escrita e o palco, que o actor, “aventureiro interior, desequilibrista, acrobata e trespassador perfeito”, num discurso descontínuo leva aos ouvidores de teatro.
As palavras criadoras de Novarina transformam o real e com elas experimentamos desconhecidas e novas regiões de sentido, novas imagens, a alegria de estar no mundo.

Fotografia © Jorge Gonçalves


O RIO de Jez Butterworth Tradução Joana Frazão Com Rúben Gomes, Inês Pereira, Vânia Rodrigues Maria Jorge Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Assistência Maria Jorge Coordenação Técnica João Chicó Encenação Jorge Silva Melo M14
No Teatro da Politécnica de 14 de Setembro a 22 de Outubro
3ª e 4ª às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00 | Sáb. às 16h00 e às 21h00
Reservas: 961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h00 às 18h00)
 
E no dia seguinte voltei ao rio, tirei as minhas roupas e mergulhei, procurei os peixes e não os consegui encontrar mas quando voltei à tona estava a segurar alguma coisa. Outra coisa.
Jez Butterworth, O Rio

Um pescador sem nome traz uma mulher sem nome até à sua cabana perto do rio. Ele diz à mulher que a ama e que nunca tinha trazido ninguém àquele lugar. Estranhamente, parece-nos que está a declarar-se a duas mulheres de uma só vez. Será que é com a memória de uma mulher que ele fala? Pode essa memória transformar-se? Numa meditação onírica sobre o amor e a saudade, Jez Butterworth torna visíveis os fantasmas de um passado mutável como o fluxo do rio.

Fotografia © Jorge Gonçalves

terça-feira, 28 de junho de 2016

E o Francis Seleck continua a ensaiar A INQUIETUDE (estreia na 4ª 20 de Julho) enquanto nós preparamos a temporada 2016-7. Daqui a dias temos notícias. Venha daí.



A INQUIETUDE de Valère Novarina Tradução e Encenação Francis Seleck Com Eduardo Breda Cenário Catarina Pé Curto Produção Cena Múltipla - Associação O Mundo do Espectáculo/Artistas Unidos Apoio Câmara Municipal de Almada M14

No Teatro da Politécnica de 20 a 30 de Julho 
3ª, 4ª e Sáb. às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00
Reservas: 961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h00 às 18h00)

Então sentei-me e disse às pedras: A acção é maldita.

Valére Novarina, A Inquietude

Nesta peça autobiográfica, relato de uma vida frenética e estagnante, Novarina contesta logo à partida a possibilidade do drama. A necessidade de agir acaba em desastre. O homem “animal dotado de linguagem” fala às pedras, aos animais, a Deus (o público?). Falar é um drama e o drama está na linguagem. O enfurecimento do verbo toma o lugar da acção dramática, a palavra é ela própria uma acção e verdadeira matéria do homem. Do vazio inicial ao “nada” final, num tempo desfigurado, assistimos a um confronto entre a escrita e o palco, que o actor, “aventureiro interior, desequilibrista, acrobata e trespassador perfeito”, num discurso descontínuo leva aos ouvidores de teatro.
As palavras criadoras de Novarina transformam o real e com elas experimentamos desconhecidas e novas regiões de sentido, novas imagens, a alegria de estar no mundo.

Fotografia © Jorge Gonçalves

segunda-feira, 20 de junho de 2016

E até sábado, 25, acolhemos os SillySeason com o seu PRADO DE FUNDO.



PRADO DE FUNDO dos SillySeason Criação e interpretação Ana Sampaio e Maia, Cátia Tomé, Ivo Silva, Ricardo Teixeira e Rita Morais Criação e vídeo João Cristóvão Leitão Luz Sara Garrinhas Comunicação Tiago Mansilha Produção SillySeason Apoio Artistas Unidos, CCVF, O Espaço do Tempo, Rua das Gaivotas6 e Teatro Praga Projeto financiado Direcção-Geral das Artes e Fundação GDA M16

No Teatro da Politécnica de 15 a 25 de Junho

3ª e 4ª às 19h00 | 5ª a Sáb. às 21h00
RESERVAS | 961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h00 às 18h00)

Comprei uma moldura. E só depois tirei a fotografia.
É uma questão de confiança. Pode confiar-se numa moldura, já numa fotografia…

Prado de Fundo
 
Partindo do universo d’O Cerejal, de Anton Tchekov, procuramos explorar a fotografia e o seu poder representativo apaziguador que prova desesperadamente a veracidade dos eventos vividos. Mesmo aqueles que não aconteceram.
Prado de Fundo pretende questionar a infalibilidade da memória e da documentação no acto teatral. É a revelação dos cantos da fotografia que ficam escondidos pela moldura. Será algo menos real porque não o vemos?

Fotografia © Alípio Padilha

terça-feira, 14 de junho de 2016

E esta semana estão connosco os SillySeason com o seu PRADO DE FUNDO. Estreia 4ª 15 de Junho. E o Francis Seleck continua a ensaiar A INQUIETUDE de Valère Novarina, estreia na 4ª 20 de Julho.




PRADO DE FUNDO dos SillySeason Criação e interpretação Ana Sampaio e Maia, Cátia Tomé, Ivo Silva, Ricardo Teixeira e Rita Morais Criação e vídeo João Cristóvão Leitão Luz Sara Garrinhas Comunicação Tiago Mansilha Produção SillySeason Apoio Artistas Unidos, CCVF, O Espaço do Tempo, Rua das Gaivotas6 e Teatro Praga Projeto financiado Direcção-Geral das Artes e Fundação GDAM16

No Teatro da Politécnica de 15 a 25 de Junho
3ª e 4ª às 19h00 | 5ª a Sáb. às 21h00Reservas | 961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h00 às 18h00)


Comprei uma moldura. E só depois tirei a fotografia.
É uma questão de confiança. Pode confiar-se numa moldura, já numa fotografia…

Prado de Fundo
 
Partindo do universo d’O Cerejal, de Anton Tchekov, procuramos explorar a fotografia e o seu poder representativo apaziguador que prova desesperadamente a veracidade dos eventos vividos. Mesmo aqueles que não aconteceram.
Prado de Fundo pretende questionar a infalibilidade da memória e da documentação no acto teatral. É a revelação dos cantos da fotografia que ficam escondidos pela moldura. Será algo menos real porque não o vemos?

Fotografia © Alípio Padilha




A INQUIETUDE de Valère Novarina Tradução e Encenação Francis Seleck Com Eduardo Breda Cenário Catarina Pé Curto Produção Cena Múltipla - Associação O Mundo do Espectáculo/Artistas Unidos Apoio Câmara Municipal de Almada M14

No Teatro da Politécnica de 20 a 30 de Julho 
3ª, 4ª e Sáb. às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00
Reservas: 961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h00 às 18h00)

Então sentei-me e disse às pedras: A acção é maldita.

Valére Novarina, A Inquietude

Nesta peça autobiográfica, relato de uma vida frenética e estagnante, Novarina contesta logo à partida a possibilidade do drama. A necessidade de agir acaba em desastre. O homem “animal dotado de linguagem” fala às pedras, aos animais, a Deus (o público?). Falar é um drama e o drama está na linguagem. O enfurecimento do verbo toma o lugar da acção dramática, a palavra é ela própria uma acção e verdadeira matéria do homem. Do vazio inicial ao “nada” final, num tempo desfigurado, assistimos a um confronto entre a escrita e o palco, que o actor, “aventureiro interior, desequilibrista, acrobata e trespassador perfeito”, num discurso descontínuo leva aos ouvidores de teatro.
As palavras criadoras de Novarina transformam o real e com elas experimentamos desconhecidas e novas regiões de sentido, novas imagens, a alegria de estar no mundo.

Fotografia © Jorge Gonçalves


segunda-feira, 6 de junho de 2016

E estamos quase a receber os SillySeason com o seu PRADO DE FUNDO. Estreia na 4ª 15 de Junho. E o Francis Seleck já ensaia A INQUIETUDE de Valère Novarina.


PRADO DE FUNDO dos SillySeason Criação e interpretação Ana Sampaio e Maia, Cátia Tomé, Ivo Silva, Ricardo Teixeira e Rita Morais Criação e vídeo João Cristóvão Leitão Luz Sara Garrinhas Comunicação Tiago Mansilha Produção SillySeason Apoio Artistas Unidos, CCVF, O Espaço do Tempo, Rua das Gaivotas6 e Teatro Praga Projecto financiado por Direcção-Geral das Artes e Fundação GDA

No Teatro da Politécnica de 15 a 25 de Junho
3ª e 4ª às 19h00 | 5ª a Sáb. às 21h00

Comprei uma moldura. E só depois tirei a fotografia.

É uma questão de confiança. Pode confiar-se numa moldura, já numa fotografia…

Prado de Fundo
 
Partindo do universo d’O Cerejal, de Anton Tchekov, procuramos explorar a fotografia e o seu poder representativo apaziguador que prova desesperadamente a veracidade dos eventos vividos. Mesmo aqueles que não aconteceram.
Prado de Fundo pretende questionar a infalibilidade da memória e da documentação no acto teatral. É a revelação dos cantos da fotografia que ficam escondidos pela moldura. Será algo menos real porque não o vemos?

Fotografia © Rui Palma


A INQUIETUDE de Valère Novarina Tradução e Encenação Francis Seleck Com Eduardo Breda Cenário Catarina Pé Curto Produção Cena Múltipla - Associação O Mundo do Espectáculo/Artistas Unidos Apoio Câmara Municipal de Almada M14

No Teatro da Politécnica de 20 a 30 de Julho 
3ª, 4ª e Sáb. às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00
Reservas: 961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h00 às 18h00)

Então sentei-me e disse às pedras: A acção é maldita.
Valére Novarina, A Inquietude

Nesta peça autobiográfica, relato de uma vida frenética e estagnante, Novarina contesta logo à partida a possibilidade do drama. A necessidade de agir acaba em desastre. O homem “animal dotado de linguagem” fala às pedras, aos animais, a Deus (o público?). Falar é um drama e o drama está na linguagem. O enfurecimento do verbo toma o lugar da acção dramática, a palavra é ela própria uma acção e verdadeira matéria do homem. Do vazio inicial ao “nada” final, num tempo desfigurado, assistimos a um confronto entre a escrita e o palco, que o actor, “aventureiro interior, desequilibrista, acrobata e trespassador perfeito”, num discurso descontínuo leva aos ouvidores de teatro.
As palavras criadoras de Novarina transformam o real e com elas experimentamos desconhecidas e novas regiões de sentido, novas imagens, a alegria de estar no mundo.

Fotografia © Jorge Gonçalves



segunda-feira, 30 de maio de 2016

Última semana de JARDIM ZOOLÓGICO DE VIDRO de Tennessee Williams e da exposição GOTA A GOTA de Jorge Martins. Só até sábado 4 de Junho no Teatro da Politécnica. Em breve recebemos os SillySeason com o seu PRADO DE FUNDO. Estreia na 4ª 15 de Junho.



JARDIM ZOOLÓGICO DE VIDRO de Tennessee Williams Tradução José Miguel Silva Com Isabel Muñoz Cardoso, João Pedro Mamede, José Mata Vânia Rodrigues Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Coordenação Técnica João Chicó Produção João Meireles Assistência de Encenação António Simão Encenação Jorge Silva Melo M14

No Teatro da Politécnica de 27 de Abril a 4 de Junho
3ª e 4ª às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00 | Sáb. às 16h00 e às 21h00
Reservas | 961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h às 18h)

TOM Hoje em dia o mundo é atravessado por relâmpagos que o iluminam! Apaga as velas, Laura - e adeus...

Tennessee Williams, Jardim Zoológico de Vidro

Derrotados, sim, abandonados, sem hipótese, deixados para trás, com a electricidade cortada e contas por pagar, vencidos: mas estes são os invencíveis, esses sonhadores que Tennessee Williams cantou.

Jorge Silva Melo

Fotografias © Jorge Gonçalves


GOTA A GOTA de Jorge Martins

Fotografias 2014-2015


No Teatro da Politécnica de 27 de Abril a 4 de Junho3ª a 6ª das 17h00 | Sáb. das 15h00 até final do espectáculo



PRADO DE FUNDO dos SillySeason Criação e interpretação Ana Sampaio e Maia, Cátia Tomé, Ivo Silva, Ricardo Teixeira e Rita Morais Criação e vídeo João Cristóvão Leitão Luz Sara Garrinhas Comunicação Tiago Mansilha Produção SillySeason Apoio Artistas Unidos, CCVF, O Espaço do Tempo, Rua das Gaivotas6 e Teatro Praga Projeto financiado por Direção-Geral das Artes e Fundação GDA

No Teatro da Politécnica de 15 a 25 de Junho
3ª e 4ª às 19h00 | 5ª a Sáb. às 21h00

Comprei uma moldura. E só depois tirei a fotografia.
É uma questão de confiança. Pode confiar-se numa moldura, já numa fotografia…
Prado de Fundo
 
Partindo do universo d’O Cerejal, de Anton Tchekov, procuramos explorar a fotografia e o seu poder representativo apaziguador que prova desesperadamente a veracidade dos eventos vividos. Mesmo aqueles que não aconteceram. Prado de Fundo pretende questionar a infalibilidade da memória e da documentação no acto teatral. É a revelação dos cantos da fotografia que ficam escondidos pela moldura. Será algo menos real porque não o vemos?
Fotografia © Alípio Padilha