A MÁQUINA HAMLET de Heiner Müller Tradução Maria Adélia Silva Melo e Jorge Silva Melo Com Américo Silva, André Loubet, Hugo Tourita, Inês Pereira, João Estima, João Madeira, João Pedro Mamede e José Vargas Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Música original João Madeira Luz Pedro Domingos Assistência de Encenação Inês Pereira Encenação Jorge Silva Melo M12
No Teatro da Politécnica de 15 de Janeiro a 22 de Fevereiro
No Teatro da Politécnica de 15 de Janeiro a 22 de Fevereiro
3ª e 4ª às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00 | Sáb às 16h00 e 21h00
Quero habitar nas minhas veias, na medula dos meus ossos, no labirinto do meu crânio.
Heiner Müller, A Máquina Hamlet
Um homem ergue-se das ruínas da história para anunciar que foi Hamlet. Para escapar à violência cíclica e contínua da história, o passado é questionado e desconstruído. Longe da narrativa psicológica, a paisagem da revolução traída. “O slogan da era Napoleónica ainda se aplica: Teatro é a Revolução em marcha.”
Ainda li este texto manuscrito, passado clandestinamente da antiga RDA até à casa de Jean Jourdheuil no Bolulevard St Germain, em Paris onde tantas noites ouvi Heiner conversar bebendo uísque e café até nascer o dia. Traduzi-o então (1977?), no rescaldo do 25 de Novembro, quando sobre os nossos desejos se erguia a asa da normalização democrática. Li-o vezes sem conta, voltei a traduzi-lo. E eis que chega a altura de o lembrar. De o fazer com actores novos com quem quero conversar sobre o que perdemos, o que quisemos, o que tentámos, o que traímos, o que não soubemos, o preço desta vida que lhes deixamos, e as mulheres. E claro, convosco, falar da Esperança, imensa Maldição. Volto a Heiner Müller como quem volta àquelas longas conversas na cozinha do Jean. “Olha, já é manhã! Temos de ir dormir!”
JSM
JSM
Fotografia © Jorge Gonçalves
O PEDIDO DE EMPREGO de Michel Vinaver Tradução de Christine Zurbach e Luís Varela Com José Carlos Faia, Inês Fouto, Nuno Machado e Mafalda Teixeira Cenografia Ana Gromicho Luz Filipe Lopes Figurinos, Música e Encenação António Parra Um Espectáculo do Teatro da Rainha M14
No Teatro da Politécnica de 4 a 7 de Março
No Teatro da Politécnica de 4 a 7 de Março
4ª às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00 | Sáb. às 21h00
"Diz-me Natália para que é que se trabalha? Para ganhar a vida? Mas que vida?"
Michel Vinaver, O Pedido de Emprego
Um desempregado, naquela idade em qu parece não haver futuro, é submetido a uma entrevista de avaliação de capacidades que é um verdadeiro diagnóstico do sistema - o desempregad é a figura pura da vítima -, dos modos de exclusão quando as pessoas atingem certa idade. Nestes lugares de horror, o trabalh é exercido segundo regras de marketng que obrigam as pessoas a ser peças de uma engrenagem de sedução tacanha, impondo-lhes "texto" que digam, comportamentos e olhares para com os clientes - que também não são pessoas, mas entidades financeiro-contabilísticas, pessoas-cartão-de-crédito, criaturas lucro com pernas, mas não seres físicos e mentais, afectivos. Que sociedade é esta que trata os seus como descartáveis?
Um texto maior de um dos maiores autores do século XX, Michel Vinaver.
A estreia na encenação de António Parra.
Fotografia © Margarida Araújo
"Diz-me Natália para que é que se trabalha? Para ganhar a vida? Mas que vida?"
Michel Vinaver, O Pedido de Emprego
Um desempregado, naquela idade em qu parece não haver futuro, é submetido a uma entrevista de avaliação de capacidades que é um verdadeiro diagnóstico do sistema - o desempregad é a figura pura da vítima -, dos modos de exclusão quando as pessoas atingem certa idade. Nestes lugares de horror, o trabalh é exercido segundo regras de marketng que obrigam as pessoas a ser peças de uma engrenagem de sedução tacanha, impondo-lhes "texto" que digam, comportamentos e olhares para com os clientes - que também não são pessoas, mas entidades financeiro-contabilísticas, pessoas-cartão-de-crédito, criaturas lucro com pernas, mas não seres físicos e mentais, afectivos. Que sociedade é esta que trata os seus como descartáveis?
Um texto maior de um dos maiores autores do século XX, Michel Vinaver.
A estreia na encenação de António Parra.
Fotografia © Margarida Araújo
UMA SOLIDÃO DEMASIADO RUIDOSA a partir do romance de Bohumil Hrabal de e Com António Simão Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos M12
No Teatro da Politécnica de 11 a 28 de Março
3ª e 4ª às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00 | Sáb. às 16h00 e às 21h00
Em Almada, no Teatro Municipal Joaquim Benite de 3 a 5 de Abril
Nas Caldas da Rainha, no Teatro da Rainha de 21 a 23 de Maio
No Cacém, no Auditório Municipal António Silva a 30 de Maio
Nas Caldas da Rainha, no Teatro da Rainha de 21 a 23 de Maio
No Cacém, no Auditório Municipal António Silva a 30 de Maio
“O céu não é humano e o homem que pensa nem sequer pode ser humano.”
Bohumil Hrabal
Criado em 1997, com estreia no CCB, os Artistas Unidos retomam agora, 23 anos depois, um espectáculo criado por António Simão a partir da novela de Bohumil Hrabal, autor maior. Não é uma reposição, é uma revisão da matéria dada.
Em Praga, há uma cave. Brilhante como uma gruta de tesouros. Sombria e suja como um esgoto. Nessa cave há milhares de livros, centenas de ratos, visões passageiras e palavras que tornam o mundo grande. E há um homem, Hanta. Que há 30 anos empurra afectuosamente os livros, os mais belos e mais banais, para a prensa que os tritura e transforma em cubos de papel. Mas Hanta é um “carniceiro terno”. Sabe salvaguardar as palavras guardando-as na memória, para que elas brilhem que nem sóis, e para que esses sóis o ajudem a ver como pode ser a vida de um homem. Por entre a poeira, o suor e o cheiro a cerveja que não pára de beber, Hanta fala-nos.
Evelyne Pieiller
Fotografia © Jorge Gonçalves
BOSQUE de Ana Isabel Miranda Rodrigues
No Teatro da Politécnica de 11 de Março a 23 de Maio
3ª a 6ª das 17h00 | Sáb. das 15h00 até ao final do espectáculo
No Teatro da Politécnica de 11 de Março a 23 de Maio
3ª a 6ª das 17h00 | Sáb. das 15h00 até ao final do espectáculo
Bosque, Floresta e o Devaneio.
“estes desenhos”, escreveu João Pinharanda para uma exposição em 2014, “exigem-nos leitura. Mas uma leitura-livre. Liberta de pautas e de margens essa leitura-livre coincide com a deriva do olhar sobre uma imagem. No acto de ver-ler imagens o olhar procura a inscrição do(s) rosto(s) e do(s) corpo(s), dos céus e das árvores, das cidades e dos mares. Dos gatos e dos objectos dos rituais quotidianos.”
Sim, Ana Isabel Miranda Rodrigues continua o seu passeio ininterrupto, táctil, registando as visíveis tatuagens do mundo, cicatrizes.
VIDAS ÍNTIMAS de Noël Coward Tradução Miguel Esteves Cardoso Com Rúben Gomes, Rita Durão, Tiago Matias, Vânia Rodrigues, Isabel Muñoz Cardoso Cenografia Rita Lopes Alves e José Manuel Reis Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Som André Pires Apoio Musical Rui Rebelo Encenação Jorge Silva Melo Produção Artistas Unidos Co-Produção Teatro Nacional São João e Centro Cultural de Belém M12
Em Viseu, no Teatro Viriato a 21 e 22 de Fevereiro de 2020
Devem ser muito raras as pessoas que são completamente normais, lá no fundo das vidas privadas de cada um. Tudo depende de um dado conjunto de circunstâncias. Se todas as geringonças cósmicas se fundem ao mesmo tempo e se solta a faísca certa, sabe-se lá o que uma pessoa não será capaz de fazer.
Noël Coward, Vidas Íntimas
"A frivolidade só é frívola para aqueles que não são frívolos", diz a Madame De na obra-prima de Max Ophüls. E podia aplicar-se a este teatro de dinner jackets, champanhe, rosas, camélia e muita malícia. Mas vistas agora estas Private Lives são uma das mais cruéis análises das relações matrimoniais. Sob a doçura de uma primavera na Cote d´Azur quanto veneno, quanta maldade, quanto amor perdido? Uma obra-prima que queremos revisitar, um grande autor "menorizado" e fundamental. Depois de Pinter, Williams, Miller, quem? E com um sorriso de compreensão pelas fraquezas humanas.
Jorge Silva Melo
Jorge Silva Melo
Fotografia © Jorge Gonçalves
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