segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O RIO de Jez Butterworth continua em cena no Teatro da Politécnica. De 3a a sábado. Até sábado 22 de Outubro. E, na Sala das Janelas, pode ver a exposição de João Jacinto, NOITE, NOITE MAIS DO QUE HOJE. E, na 4ª 4 de Outubro, pelas 21h, ESTAVA EM CASA E ESPERAVA QUE A CHUVA VIESSE de Jean-Luc Lagarce, no Teatro Sem Fios, na Antena 2.


O RIO de Jez Butterworth Tradução Joana Frazão Com Rúben GomesInês PereiraVânia Rodrigues e Maria Jorge Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Assistência Maria Jorge Coordenação Técnica João Chicó Encenação Jorge Silva Melo M14


No Teatro da Politécnica de 14 de Setembro a 22 de Outubro
3ª e 4ª às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00 | Sáb. às 16h00 e às 21h00
Reservas: 961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h00 às 18h00)

E no dia seguinte voltei ao rio, tirei as minhas roupas e mergulhei, procurei os peixes e não os consegui encontrar mas quando voltei à tona estava a segurar alguma coisa. Outra coisa.

Jez Butterworth, O Rio
 

Um pescador sem nome traz uma mulher sem nome até à sua cabana perto do rio. Ele diz à mulher que a ama e que nunca tinha trazido ninguém àquele lugar. Estranhamente, parece-nos que está a declarar-se a duas mulheres de uma só vez. Será que é com a memória de uma mulher que ele fala? Pode essa memória transformar-se? Numa meditação onírica sobre o amor e a saudade, Jez Butterworth torna visíveis os fantasmas de um passado mutável como o fluxo do rio.

Fotografia © Jorge Gonçalves


Exposição de João Jacinto
No Teatro da Politécnica de 14 de Setembro a 22 de Outubro
3ª a 6ª das 17h00 | Sábado das 15h00 até final do espectáculo 


"Quando a taciturna chegar e decapitar as túlipas", dizia Paul Celan, o poeta que logo procurei ao chegar um dia destes do atelier do João Jacinto e ele me mostrar uma infinidade de papéis (não disse desenhos, não sei se são, o carvão aqui pinta o magma, a noite sem redenção, serão pintura). "Quando a taciturna chegar." E neste poema, ele pergunta: "quem assomará à janela?" Procuro esta poesia para salvar o susto? Redimir o temor? Procuro estes dizeres para arrumar o medo? Para sobreviver ao inverno dos corpos? Na arte (mortuária? espectral?) de João Jacinto, emergem figuras, assombrações, pesadelos, fantasmagorias. Emergem, disse. Mas podia também dizer "afundam-se". E repetem-se, repetem-se, repetem-se, avassaladoras.

Jorge Silva Melo



ESTAVA EM CASA E ESPERAVA QUE A CHUVA VIESSE de Jean-Luc Lagarce Tradução Alexandra Moreira da Silva Com Andreia BentoCatarina WallensteinIsabel Muñoz CardosoMaria Jorge e Vânia Rodrigues Direcção Andreia BentoNa Antena 2, Teatro Sem Fios, 4 de Outubro


Cinco mulheres em casa no fim de Verão. E um homem que regressa a casa das suas guerras, das suas batalhas... adormecido, possivelmente a morrer. Um homem que volta ao seu ponto de partida para morrer. E elas em torno dele. Velam, sussurram, escutam-lhe a respiração, e contam a sua história.

Fotografia © Jorge Gonçalves



Sem comentários:

Enviar um comentário