sábado, 17 de setembro de 2016

É com a leitura de poemas de MÁRIO DIONÍSIO por Jorge Silva Melo que os Artistas Unidos iniciam uma série de recitais na biblioteca da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (Rua da Escola Politécnica, 135). Pelas 18.30 (entrada livre na medida dos lugares disponíveis). E entretanto, no Teatro da Politécnica, prossegue a carreira de O RIO de Jez Butterworth e a exposição NOITE, NOITE MAIS DO QUE HOJE de João Jacinto.



Imprensa Nacional-Casa da Moeda /Artistas Unidos

E na Biblioteca da Imprensa Nacional (Rua da Escola Politécnica) vamos ler poesias. De dois em dois meses vamos ler alguns poetas editados pela INCM. Porque gostamos de dar a voz aos poetas, voz alta.

 
19 de Setembro, 18h30: Mário Dionísio por Jorge Silva Melo

14 de Novembro, 18h30: Alexandre O´Neill por João Meireles e Jorge Silva Melo

23 de Janeiro, 18h30: Vitorino Nemésio por Lia Gama e Jorge Silva Melo

13 de Fevereiro, 18h30: Afonso Duarte por Luis Lucas e Jorge Silva Melo

(entrada livre na medida dos lugares disponíveis)


O RIO de Jez Butterworth Tradução Joana Frazão Com Rúben GomesInês PereiraVânia Rodrigues e Maria Jorge Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Assistência Maria Jorge Coordenação Técnica João Chicó Encenação Jorge Silva Melo M14
No Teatro da Politécnica de 14 de Setembro a 22 de Outubro
3ª e 4ª às 19h00 | 5ª e 6ª às 21h00 | Sáb. às 16h00 e às 21h00
Reservas: 961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h00 às 18h00)

E no dia seguinte voltei ao rio, tirei as minhas roupas e mergulhei, procurei os peixes e não os consegui encontrar mas quando voltei à tona estava a segurar alguma coisa. Outra coisa.

Jez Butterworth, O Rio
 
Um pescador sem nome traz uma mulher sem nome até à sua cabana perto do rio. Ele diz à mulher que a ama e que nunca tinha trazido ninguém àquele lugar. Estranhamente, parece-nos que está a declarar-se a duas mulheres de uma só vez. Será que é com a memória de uma mulher que ele fala? Pode essa memória transformar-se? Numa meditação onírica sobre o amor e a saudade, Jez Butterworth torna visíveis os fantasmas de um passado mutável como o fluxo do rio.

Fotografia © Jorge Gonçalves


Exposição de João Jacinto
No Teatro da Politécnica de 14 de Setembro a 22 de Outubro3ª a 6ª das 17h00 | Sábado das 15h00 até final do espectáculo


"Quando a taciturna chegar e decapitar as túlipas", dizia Paul Celan, o poeta que logo procurei ao chegar um dia destes do atelier do João Jacinto e ele me mostrar uma infinidade de papéis (não disse desenhos, não sei se são, o carvão aqui pinta o magma, a noite sem redenção, serão pintura). "Quando a taciturna chegar." E neste poema, ele pergunta: "quem assomará à janela?" Procuro esta poesia para salvar o susto? Redimir o temor? Procuro estes dizeres para arrumar o medo? Para sobreviver ao inverno dos corpos? Na arte (mortuária? espectral?) de João Jacinto, emergem figuras, assombrações, pesadelos, fantasmagorias. Emergem, disse. Mas podia também dizer "afundam-se". E repetem-se, repetem-se, repetem-se, avassaladoras.

Jorge Silva Melo




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