Fui estudante, serralheiro, marceneiro, estofador, impressor de litografia, desenhador, publicitário, professor, pintor, fotógrafo, tocador de gaita, emigrante, exilado, director de museu, assessor de ministros, pesquisador, jornalista, poeta, júri de concursos, conselheiro de pinacotecas, comissário de eventos internacionais, designer de feiras industriais, cenógrafo, pai de filhos, bolseiro, e tenho duas pátrias, uma que me fez e outra que ajudo a fazer. Como se vê, sou mais um português à procura de coisa melhor. Iniciada em Lisboa, a carreira artística de Fernando Lemos desenvolve-se, sobretudo, na área da pintura e do desenho. Tem hoje trabalhos expostos em museus e coleções particulares no Brasil, em Portugal, Espanha, Suíça, Polónia, França, Estados Unidos, Japão, Holanda, Argentina. Trabalhou, ou trabalha, também com tapeçaria, pastilha vidrada, vitrais, azulejos e esculturas em ferro; e ainda é fotógrafo e poeta.
Fernando Lemos
Fernando Lemos é um artista com um imaginário surrealista
Dele escreveu Haroldo de Campos:
“o fernando lemos”
que “escreve com um pincel
de riscos ferinos
não escreve
fere com seu traço
o papel”.
No âmbito da exposição ISTO É ISTO e EX-FOTOS de Fernando Lemos, Jorge Silva Melo lê alguns poemas deste artista que nasceu em Lisboa em 1926 e, em 1953, publicou Teclado Universal, o seu primeiro livro de poesia, nos Cadernos de Poesia (dirigidos por Jorge de Sena que viria a prefaciar, em 1985, a colectânea Cá e Lá).
Neste domingo, 3 às 16h00 na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (Jardim das Amoreiras).
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